sábado, 28 de dezembro de 2024


há um vento que sopra nas dunas
enquanto escrevinho versos perdidos na maresia

e os poemas sabem a ti...

 

sábado, 21 de dezembro de 2024

'POLKITA Frita' | Banda 2023 [NEW ALBUM coming]


sopra o vento de Outono
e um bando de folhas
procura refúgio no meu silêncio...



                                              

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

às vezes olho os dias,
os que se perderam no caminho, os que já não interessam e os que estão carregados de futuro...
fico-me pelos últimos.



quarta-feira, 4 de dezembro de 2024



é tarde na noite
e eu olho o mar feito tempo…

o corpo não espera

o meu
o teu...

a memória tem pressa
e eu vivo a penumbra
que me traz o teu rosto
em páginas escritas
nas estrelas
da madrugada.



quarta-feira, 6 de novembro de 2024

hoje regressei aqui e é bom regressar.
espalhar palavras em dois poemas



olho o mar de frente,
escuto as ondas
e calo a voz.

fico em silêncio…

espero o cair da noite.
lento.
quero segredar-te
um sorriso
nada mais.

falta apenas ser madrugada...





aconchego as palavras.

palavras brilhantes,
puras
trazidas da distância
dos sonhos que só vemos.

atravesso o silêncio
deserto.
 
e são tantas as horas da tarde…

é preciso embalsamar o tempo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

 juntar palavras e acrescentar - ou não - uma imagem


                                                quanto mede a distância de um olhar?
                                                        talvez um poema de amor...






as palavras depois de ditas
quedam-se no silêncio







segunda-feira, 30 de setembro de 2024

e porque há dias assim, dias em que a escrita se lança nos dedos e nos rouba o olhar, dois amontoados de palavras, talvez textos, talvez poemas ou simplesmente pretensiosismo do escrevinhador...



é sereno o tempo das miragens…

o fascínio do olhar doce,
da paisagem para além do rio,
perfuma as sílabas
dos teus gestos…

o crepúsculo
dá-me desenhos de ti,
das avencas
e das giestas
com que esperas os beijos deste outono…

e se o tempo fosse somente uma vez por acaso!







desenho-te madrugadas no olhar cansado…

leio as palavras impossíveis
que escondeste no silêncio
das avenidas anoitecidas…

sílaba a sílaba
percorro a vertigem da insónia.
amanheces-me…

o teu corpo é poema que trago na memória





segunda-feira, 23 de setembro de 2024



permaneço onde a luz é feita de poesia

viajo pelas memórias transpiradas
enquanto vivo a tua ausência...

preciso procurar o teu encontro
e dizer-te...
 
ficava sempre dentro de ti.






segunda-feira, 9 de setembro de 2024


esperei-te…

caminho comigo.
o vento
traz-me a resposta nas folhas…

seguro a mão dos meus pensamentos
e adormeço a olhar os meus olhos sós



sábado, 24 de agosto de 2024

sexta-feira, 23 de agosto de 2024



nestes últimos dias perdi-me das palavras
e vagueei pelas montanhas queimadas
pela vertigem dos dias.

organizei tudo no meu corpo
debaixo do silêncio…

na penumbra descubro a pele.

o peito aberto
é um lugar de sombra
cercado de ausência. 

é manhã
e eu desço da noite e dos seus sonhos



quarta-feira, 21 de agosto de 2024

 

o café está aberto . entro . à minha volta móveis acorrentados ao pensamento dos que antes de mim tiveram a mesma atitude, entraram . entre a porta e o balcão serpenteia um caminho de luz que a janela suja oferece . todos olharam, mas ninguém me viu entrar …
o espelho diz que é sábado.
pergunto-me porque entrei mas a resposta fica esbatida num café.
concluo apenas que o que não nos mata, torna-nos moribundos.



sábado, 17 de agosto de 2024


habito em mim,
no meu destino
e tudo existe…
 
sou o sonho,
a sombra,
o momento da ausência.

a minha pele espera a madrugada
fria,
a luz escura…

as árvores tornam-se invernos nus
e os poemas recordam o futuro

mas escrevo porque existir não chega...




quarta-feira, 14 de agosto de 2024



trago a maresia dos desejos
em barcos de palavras
que acostei no cais
da tua ausência





penso-te

e recolho os aromas
com que pincelas o poema
que deixei na terra molhada…

voa-me o olhar.

lá longe há cores na madrugada
e o meu corpo cola-se ao teu
em lençóis de linho vestidos à pressa

e digo apenas bom dia…



segunda-feira, 12 de agosto de 2024

S. Martinho de Anta 12 de Agosto de 1907
nascia Adolfo Correia da Rocha. 
em Coimbra nasceu para a medicina (aquela especialidade com nome difícil - otorrinolaringologista) e para as letras onde adoptou o nome de Miguel Torga...
torga essa raiz de urze bravia.
dele deixo aqui uma estória que vivi com ele na sua bonomia.
uma segunda feira apareci ao pé dele a coxear.
assim que me viu perguntou
- então moço, o que te aconteceu para estares a coxear?
respondi que tinha dado um jeito na caça (eu era caçador na altura)
- e apanhaste alguma coisa?
ao que lhe respondi que tinha regressado sem nada.
- para a próxima vens comigo. ontem foram mais 3 perdizes (sim ele era um caçador exímio).
lamentavelmente tal nunca aconteceu
mas sei que quem perdeu fui eu, teriam sido mais umas horas de boa conversa




sábado, 10 de agosto de 2024



olho as palavras
nos olhos abertos do medo
dos dias que nascem fora da janela.

a cidade esconde o sol a pôr-se.
há ruas de incerteza
e avenidas feitas de sussurros e
murmúrios
de pureza.
 
são dias longos de silêncio…




sábado, 3 de agosto de 2024



é noite

e eu colho a alquimia do sentir
que deixas no meu corpo
quando as veias se moldam
na loucura dos dias…

procuro o começo do teu corpo
o final do meu
a simbiose do
movimento indefinido.

se fosse tão simples tocar-te
ou simplesmente navegar-te
numa ondulação de beijos…




sexta-feira, 2 de agosto de 2024

toco a superfície das palavras.

olho o por-do-sol…
e espero o teu toque

a tua pele agasalha-me as noites.

aguardo-te
com a mesma saudade





segunda-feira, 29 de julho de 2024



hoje tenho palavras comidas
à boca do tempo,
palavras a querer ser poema
escritas para calar os silêncios da ausência.

um dia,
nas manhãs submersas,
quando puder olhar-te por muito tempo
vou dizer-te
é a pele que serve de céu ao coração.




sábado, 27 de julho de 2024

hoje a Estória navega por "outros mares"... 
são os "mares" de uma editora de quem gosto muito: a Tradisom.
José Moças tem feito um trabalho excelente e criterioso nos trabalhos que edita.
este é especial, tem por título Os Primeiros Anos – A correspondência José Afonso / Rocha Pato (1962/1970), por Octávio Ribeiro.
este livro vem reconstruir a história dos primeiros anos da carreira de José Afonso, contada com a ajuda das cartas e dos postais que enviou para Rocha Pato, duas das quais dirigidas a Rui Pato. Fica claro nessa correspondência que a renovação da música popular portuguesa foi levada a cabo por uma equipa-trio que se complementou na perfeição nos papéis específicos de cada um: um autor-cantor, um guitarrista-arranjador e um agente-faz-tudo.
e se isto já era mais que suficiente para despertar a minha atenção, eis que me deparo com uma introdução feita pelo Prof. Abílio Hernandez que foi durante muitos anos diretor do Teatro Académico de Gil Vicente em Coimbra e logo nas primeiras páginas com nomes como Felisberto Lemos um livreiro de excelência que afrontou a ditadura arranjando livros proibidos que entregava envoltos em folhas de papel pardo. 
aliás a minha ligação aos livros tem o nome de Joaquim Machado, fundador da Livraria Almedina, mas também de Felisberto Lemos enquanto livreiro na Livraria Atlântida Editora (onde terminou os seus dias de livreiro).
e depois de Felisberto Lemos, aparece a tertúlia do café Brasileira, onde pontuava Torga, Paulo Quintela entre outros.
nesta eu não tinha "cabidela". 
era o que se chamava um puto imberbe.
comecei a ter assento mais tarde numa outra e já mais no café Arcádia que era ao lado da Brasileira onde tinham assento Miguel Torga e Fernando Valle.
cada conversa era um privilégio
tanto ensinamento bebi eu nas palavras deles.
para além destas recordações, assomam-me ainda à memória a Clepsidra (hoje já não existe) junto às Escadas Monumentais e a própria imagem de José Afonso a almoçar no snack-bar Safari que se situava na Avenida dos Combatentes (na época em que andava em tratamentos na clínica do Dr. Montezuma de Carvalho) e onde eu também costumava almoçar.
curiosamente ainda à pouco tempo recordei este tempo do José Afonso com o seu sobrinho João Afonso.
a vida é mesmo curiosa...






domingo, 21 de julho de 2024



noites.

e o meu corpo sem ti…
o silêncio rouba o sono das madrugadas

recorto as silhuetas
perdidas na cidade
e provo o gosto solitário do orvalho…




quinta-feira, 18 de julho de 2024

hoje vou ser diferente,
não conto aqui as minhas estórias... antes deixo as palavras de Dulce Maria Cardoso, a escritora de que se gosta, a escritora que se lê e relê.
ao contrário do autor deste podcast os meus livros de Dulce são Tudo são histórias de amor e Os meus sentimentos.
o primeiro, para além da excelência da escrita da Dulce Maria Cardoso, tem o acrescento muito importante da ofertante.
claro que gosto de Eliete de Retorno e de O chão dos pardais.
o próximo será Autobiografia Não Autorizada de Dulce Maria Cardoso
pois bem aqui ficam as palavras n' A beleza as pequenas coisas.
a parte I e a parte II

e vale tanto a pena

quarta-feira, 17 de julho de 2024

é noite
o silêncio escorre pelas paredes
e os dedos escrevem palavras
de uma primavera futura.



 

domingo, 14 de julho de 2024

tenho em mim

o rasto do teu corpo.


destapo o peito.


as palavras pesam-me

no silêncio 

do quarto vazio

e na mudez das sombras,

mas abraço-te

com o olhar

bebendo o teu 

riso melancólico

e o som incompleto da tua pele…


está longe o começo da noite






segunda-feira, 8 de julho de 2024

 e porque o estoriador vai uns dias (poucos) laurear a pevide deixa aqui um pensamento:


um dia a noite vai ensinar-me
a escrever poesia no teu corpo...

e porque quem deixa um, deixa dois

há vozes a passear pelos arredores da pele






terça-feira, 2 de julho de 2024

o orvalho matutino penetra a nossa pele . aguardamos os primeiros raios de sol que irão resplandecer no vermelho das papoilas e no amarelo dos malmequeres silvestres que envolvem os nossos corpos nus.
olho-te no brilho do sorriso que me ofereces e deixo que a noite se recoste no colo que foi meu ao som das estrelas.



terça-feira, 25 de junho de 2024


talvez o meu olhar se mostre na pupila dos teus olhos
e o sentimento
viaje a coberto da Lua
e se aconchegue na tua noite.

mas hoje há um sorriso vazio
que renasce a cada amanhecer
e uma gota de arrepio a descer pelos limites da pele




segunda-feira, 24 de junho de 2024

lambo as feridas,
as dores,
as cinzas...

procuro as palavras,
a pele,
o rosto,
as mãos ansiosas
contra o corpo...

a mágoa existe
e navega nos mares do silêncio.




sábado, 22 de junho de 2024

domingo, 16 de junho de 2024

não tenho medo
da solidão,
das palavras perdidas,
dos desertos que se escondem,
dos sonhos que projetam futuros…

caminho pelas ruas desertas.

talvez amanhã possa habitar-te…





quarta-feira, 12 de junho de 2024



preso na saudade
deslizo pelo silêncio

crio sonhos policromáticos no interior da noite
que envelhecem as sombras
e criam delírios na brisa da madrugada.

a manhã amadurece nos nossos corpos
e eu bebo-te a sede da ressaca feita de memórias…

depois…
depois é o poema
inquieto,
curto
e denso
que espalho na brisa quente do Verão.



sábado, 8 de junho de 2024



interrogo-me sobre a veracidade dos dias…

um fio de luar toma conta da noite.
as memórias são pedaços dispersos.
olho a curva suave do horizonte
como se o meu olhar navegasse algures…

regresso à escrita.
a mão perde-se nas letras.
cada palavra é um desejo,
uma imagem…

a lua já adormece no meio das casas.
visto a roupa da véspera
e deixo o beijo e o afago nas palavras
escritas à beira dos lábios.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

quinta-feira, 6 de junho de 2024

sexta-feira, 10 de maio de 2024

e a morte entrou pela noite...
cobarde,
apressada,
silenciosa...

tentamos arranjar todas as justificações, desculpar até o acto de sobranceria patente no partir, mas nada nos parece digno de compreensão
somente a raiva nos consome.

e agora fica-nos o vazio e o sofrimento

(6 de maio a partida do meu pai)

segunda-feira, 29 de abril de 2024



acompanho
a lua
até ao cair da madrugada.

escuto o sopro do vento
e em silêncio escondo
a morte…




quarta-feira, 17 de abril de 2024



encosto-me aos espaços vazios…
olho o parágrafo inacabado que me paira
na memória.
penso nos teus lábios a largarem palavras
na minha boca e nos teus dedos a escreverem verbos
na minha pele…
olho-me
por dentro.
perco-me.

vou respirar-te…



domingo, 14 de abril de 2024

quarta-feira, 10 de abril de 2024

segunda-feira, 8 de abril de 2024

a noite dança-me no olhar.
bebo um chá e regresso à leitura que se amontoa no chão ao lado sofá.
ensaio uma letra e depois outra...
as frases passeiam pela minha mente. guardo as importantes…
e as horas cavalgam a madrugada
- gosto desta solidão literária -
as janelas mostram-me raios brilhantes mas indecisos…
e num repente avassalador o despertador rouba-me do colo onde me aconcheguei,
levanto os olhos do livro e interrogo-me sobre o que guardei desta leitura
afinal tudo é fantasia

depois de uma leitura da “Espuma dos Dias” de Boris Vian

 

 escrevo saudade com uma tinta que não se apaga




sábado, 6 de abril de 2024

bem que podias surpreender-me enquanto penduro o casaco na esquina da cidade





quinta-feira, 4 de abril de 2024

segunda-feira, 18 de março de 2024

 

procuro a tua ausência
nos espaços de silêncio...




desfraldo nomes
nas madrugadas de estio
e perco-me nos caminhos que foram da infância…

procuro a soleira da porta.
falta-me espaço
para as palavras que são sempre as mesmas.

o silêncio perde-se no monólogo

tenho pressa,
espera-me a seara rubra das papoilas






sábado, 16 de março de 2024

 

crescem murmúrios na noite.
o vento aguçado
corta a geometria das ruas
e castiga a violência da escuridão…

olho
e o meu olhar 
tem ainda as manhãs tímidas
que não vimos,
que não vivemos…

e se eu te falasse dos amores de verão!?

lá fora, uma luz pequena mostra-me o mar.
imenso.

escrevo palavras náufragas
e devoro-te os beijos
com que brindámos à liberdade




quinta-feira, 14 de março de 2024

enrolo-me na luz macilenta da manhã.
o silêncio paira no ar e a pele...
a pele ainda arde



sexta-feira, 8 de março de 2024

a palavra invade a sombra
e todo eu sou um cântico negro…


caminho na rua comprida
gritando respirares
que a voz cala
com um sorriso vazio.

refugio-me no interior do dia…
ontem,
hoje,
paro o tempo na pele
e o olhar nas tuas pupilas…


dispo o calor
que vive na ponta dos dedos
e escrevo a frio sobre a tua ausência


 a todas as mulheres

sexta-feira, 1 de março de 2024

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

 

entrego-me a um tempo que findou.
falo-me dos dias, das cores que amanhecem
em paisagens de palavras sem eco
e de silêncios anoitecidos na ausência…

deito-me nas madrugadas despidas
onde escondo sonhos de mil pedaços…

sou apenas uma sombra
que gosta de escutar a respiração dos dias.






quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

a vidraça permite a entrada dos primeiros raios de sol
o aroma do café acabado de fazer irrompe pelas divisões da casa.
levanto-me num repente.
na boca há um salivar abundante por aquele líquido negro.
a manhã seria um fardo impossível de carregar se não sorvesse em pequenos tragos a chávena que me espera na mesa da cozinha.
ao lado, uma fatia de pão, que já passou pela torradeira, espera um pouco de manteiga e depois desta derreter terá por companhia um pouco de geleia de marmelo…
é bom saborear a manhã…

e pode começar o dia.