sexta-feira, 1 de agosto de 2025



marco palavras à sombra do sol
e escrevo ruídos que ninguém conhece
enquanto os rostos empalidecem… 

o vento agita a lua,
está frio
mas comigo tenho um pedaço de ti


quarta-feira, 30 de julho de 2025

quando o país ardia e os aviões eram dispensáveis


a cinza cobre-nos os dias e as noites.
o fogo percorre-nos interiormente
e a dor é uma palavra feita revolta…





domingo, 27 de julho de 2025

preciso habituar-me ao som das palavras que deixo espalhadas pela madrugada







 

quinta-feira, 24 de julho de 2025


fala-me das ruas anoitecidas, das sombras coloridas nas madrugadas e das minhas palavras sempre tão cheias das tuas imagens






segunda-feira, 21 de julho de 2025

quinta-feira, 17 de julho de 2025

 

abro as portas da noite.
a nossa nudez brilha no escuro…
é a celebração sem pertenças
um tu.
um eu.
dois simplesmente.

amanhã haverá sombras, urgência nas sílabas
e esquinas da vida




quarta-feira, 16 de julho de 2025

hoje quero apenas entrar na estação e perder todos os comboios que passem fora do seu horário

domingo, 13 de julho de 2025

é triste não poder ter por perto todas as pessoas que gostamos de ter por perto...



sábado, 12 de julho de 2025

terça-feira, 8 de julho de 2025



as palavras nascem na ponta dos dedos.
os poemas correm nas veias,
grito para o horizonte e é verão.
o calor queima a voz… 

quero adiantar o relógio. preciso do outono.
preciso da pele fresca, arrepiada
dos serões aconchegados,
das conversas infindas…

mas ainda é verão todos os dias.




domingo, 29 de junho de 2025

e porque tudo o que arde cura,
é bom sentir o sal das águas nos olhos? 




quinta-feira, 26 de junho de 2025

domingo, 22 de junho de 2025

 

quanto mais calamos o silêncio, mais as “botas cardadas” nos esmagam.
mas porque estamos vivos, seremos sempre a última trincheira




sábado, 14 de junho de 2025

 

uma rua, uma avenida,
um ar texturado.

caminho pelo incerto…

o coração bate levemente.

os ruídos perdem-se no olhar
e o olhar num pensamento




sexta-feira, 6 de junho de 2025

sexta-feira, 30 de maio de 2025

 

chegaste de onde a cama te foi refúgio.
dizias que o medo vestia os lençóis
que aconchegaram o sono de ausências e silêncios.

é larga a noite…




segunda-feira, 26 de maio de 2025

hoje são os olhos no vazio do pensamento a rasgar a brisa das recordações penduradas na parede branca de um qualquer lugar.
amanhã,
amanhã vou contrariar o tempo…
apesar do sol, farei chuva de lágrimas no entardecer
e escreverei a história dos dias perdidos em folhas amareladas pelos resíduos tóxicos que trago no peito…




quinta-feira, 22 de maio de 2025

 

o horizonte.
a distância de um olhar,
o silêncio escrito em madrugadas despertas
e a respiração
tua
depositada nas minhas mãos…

 até ao fim.






quinta-feira, 15 de maio de 2025


cola-se na memória
a cor do olhar,
o abraço…

há dias a voar
enquanto te respiro junto à pele. 

entardeceu
e eu perco-me no silêncio ditado pelo vento.




domingo, 4 de maio de 2025

abro a janela para os amanheceres.
para trás ficaram noites a descer pelos prédios, luas amarradas nas esquinas,
desejos escritos nas paredes, abraços de olhares e salivas nas despedidas…
preciso de caminho para os meus passos.
respiro…






quinta-feira, 3 de abril de 2025

olho para mim e nem me reconheço,
somente o silêncio sabe da minha realidade.

pergunto-me se não sonho…

rasgo as horas
e espero o momento de te regressar à pele.

todas as noites coloco poemas no teu olhar… 





quarta-feira, 2 de abril de 2025

segunda-feira, 24 de março de 2025

demoro-me nas palavras que te escrevo,
o poema, a poesia,
qualquer coisa de imperfeito…

e os corpos atentos…

apenas respiração.
apenas nudez.

tento enganar a realidade
mas há dias que rasgam a memória.






sábado, 22 de março de 2025

 

a noite goteja
e cheira a terra molhada.
os ventos tristes procuram a manhã…

escuto a voz nunca ouvida
e o coração que já não bate
perdidos para além da lua errante.

há noites que duram anos...




sexta-feira, 21 de março de 2025

todos os dias são dias de todas as coisas e por isso


gosto do estado poético em que vivo
enquanto deambulo pelas planícies, vales e montanhas
do corpo que me apresentas…

em lentidão vou desbravando a incandescente chama que se liberta.

silêncio.
ainda é noite
e estamos juntos.
pernoito em ti.
pernoitas em mim.

já se enxerga o dia.

nascemos para o sonho…





quarta-feira, 19 de março de 2025

 

e regressar-te… à pele?
é noite e há desejos espalhados nas estrelas.




terça-feira, 18 de março de 2025

domingo, 16 de março de 2025

terça-feira, 11 de março de 2025

domingo, 9 de março de 2025

da janela do meu quarto vejo 
as ruas, as cidades, os oceanos, os desertos... o mundo




quinta-feira, 6 de março de 2025

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

 

tropeço no frio.
desenho a cor do olhar nos lábios quentes…
entardeceu
e eu escrevo poemas que não são poemas
enquanto te respiro junto à pele.

perco-me nas palavras que sopras
apenas

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

escolhi o poema Partir de Maria Teresa Horta no dia da sua partida.
celebremos com a leitura da sua vasta obra


Partir

Não sei
se te deixei partir

Mas num segundo
já não estás na minha mão
nem à minha frente no papel

Ficando eu sem saber
quem eras
quando te encontrei

Se o retrato que de ti
tracei te é fiel

Ou se de tanto te inventar
eu te perdi, por entre
as florestas das histórias

Penumbras dos palácios
Pensamentos, poesias e diários
Oceanos e ventos

Pois nem sequer
percebo se por mim
te afastei ou te larguei

Se obstinada fugiste
ou te esqueci
Se a Torre onde te pus é de Babel

E dela partirás
para viver a única
paixão da tua vida

Não, nem sequer sei
qual foi o meu olhar
pousado em ti

Se com ele te espiei
te persegui
E no espelho onde te vias

Eu te olhei

Maria Teresa Horta, Poemas para Leonor, Dom Quixote, 2012, [p. 138-9]



quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

 hoje inventei paisagens...

as palavras que pintei
foram escritas no silêncio,
são promessas que dançam
entre as sombras e os medos.

caminho pela cidade
agrilhoado ao tempo
e em cada rua
escuto o eco da tua ausência.

há incertezas que são eternidades,
mas vou encontrar-te a contemplar o mar




sábado, 11 de janeiro de 2025

vivo a tarde de rosto nas mãos
e memórias abandonadas pela casa.
junto palavras recalcadas
pelo amargo do olhar…

lá fora há pingos de chuva.

pudesse eu viver nas esquinas
onde espreitas o sol.




terça-feira, 7 de janeiro de 2025


do poente vão chegar
manhãs inquietas
e memórias perdidas no olhar...

mas é crepúsculo
e os corpos ainda se amam.