quinta-feira, 3 de abril de 2025

olho para mim e nem me reconheço,
somente o silêncio sabe da minha realidade.

pergunto-me se não sonho…

rasgo as horas
e espero o momento de te regressar à pele.

todas as noites coloco poemas no teu olhar… 





quarta-feira, 2 de abril de 2025

segunda-feira, 24 de março de 2025

demoro-me nas palavras que te escrevo,
o poema, a poesia,
qualquer coisa de imperfeito…

e os corpos atentos…

apenas respiração.
apenas nudez.

tento enganar a realidade
mas há dias que rasgam a memória.






sábado, 22 de março de 2025

 

a noite goteja
e cheira a terra molhada.
os ventos tristes procuram a manhã…

escuto a voz nunca ouvida
e o coração que já não bate
perdidos para além da lua errante.

há noites que duram anos...




sexta-feira, 21 de março de 2025

todos os dias são dias de todas as coisas e por isso


gosto do estado poético em que vivo
enquanto deambulo pelas planícies, vales e montanhas
do corpo que me apresentas…

em lentidão vou desbravando a incandescente chama que se liberta.

silêncio.
ainda é noite
e estamos juntos.
pernoito em ti.
pernoitas em mim.

já se enxerga o dia.

nascemos para o sonho…





quarta-feira, 19 de março de 2025

 

e regressar-te… à pele?
é noite e há desejos espalhados nas estrelas.




terça-feira, 18 de março de 2025

domingo, 16 de março de 2025

terça-feira, 11 de março de 2025

domingo, 9 de março de 2025

da janela do meu quarto vejo 
as ruas, as cidades, os oceanos, os desertos... o mundo




quinta-feira, 6 de março de 2025

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

 

tropeço no frio.
desenho a cor do olhar nos lábios quentes…
entardeceu
e eu escrevo poemas que não são poemas
enquanto te respiro junto à pele.

perco-me nas palavras que sopras
apenas

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

escolhi o poema Partir de Maria Teresa Horta no dia da sua partida.
celebremos com a leitura da sua vasta obra


Partir

Não sei
se te deixei partir

Mas num segundo
já não estás na minha mão
nem à minha frente no papel

Ficando eu sem saber
quem eras
quando te encontrei

Se o retrato que de ti
tracei te é fiel

Ou se de tanto te inventar
eu te perdi, por entre
as florestas das histórias

Penumbras dos palácios
Pensamentos, poesias e diários
Oceanos e ventos

Pois nem sequer
percebo se por mim
te afastei ou te larguei

Se obstinada fugiste
ou te esqueci
Se a Torre onde te pus é de Babel

E dela partirás
para viver a única
paixão da tua vida

Não, nem sequer sei
qual foi o meu olhar
pousado em ti

Se com ele te espiei
te persegui
E no espelho onde te vias

Eu te olhei

Maria Teresa Horta, Poemas para Leonor, Dom Quixote, 2012, [p. 138-9]



quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

 hoje inventei paisagens...

as palavras que pintei
foram escritas no silêncio,
são promessas que dançam
entre as sombras e os medos.

caminho pela cidade
agrilhoado ao tempo
e em cada rua
escuto o eco da tua ausência.

há incertezas que são eternidades,
mas vou encontrar-te a contemplar o mar




sábado, 11 de janeiro de 2025

vivo a tarde de rosto nas mãos
e memórias abandonadas pela casa.
junto palavras recalcadas
pelo amargo do olhar…

lá fora há pingos de chuva.

pudesse eu viver nas esquinas
onde espreitas o sol.




terça-feira, 7 de janeiro de 2025


do poente vão chegar
manhãs inquietas
e memórias perdidas no olhar...

mas é crepúsculo
e os corpos ainda se amam.