sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016




madrugada

A casa fervilha no silêncio.
Pé ante pé, degrau a degrau, caminho para a porta da rua.
Volta na chave e... ar puro, o luar, o cheiro a terra e ao verde. Ao longe antevejo uma brisa que desce as faldas da serra.
O alpendre devolve-me a vida.. a soleira agarra o destino... e ali estava eu a olhar o amanhã, porque o hoje, embora imberbe, já tinha chegado.
Curvei-me sobre mim mesmo.
A cabeça nos joelhos antevia uma espera que somente iria terminar quando o nascer dos primeiros raios de luz espreitarem da montanha.
É duro o chão que olho.
Agora há passos dentro da casa... encolho-me ainda mais.
Podia esconder-me na escuridão ou simplesmente nas memórias.
Que parvoíce... o frio impede que caminhem para o exterior... estou a salvo!
Continuo sozinho...
e sinto a brisa e a madrugada por companhia.