segunda-feira, 18 de março de 2024

 

procuro a tua ausência
nos espaços de silêncio...




desfraldo nomes
nas madrugadas de estio
e perco-me nos caminhos que foram da infância…

procuro a soleira da porta.
falta-me espaço
para as palavras que são sempre as mesmas.

o silêncio perde-se no monólogo

tenho pressa,
espera-me a seara rubra das papoilas






sábado, 16 de março de 2024

 

crescem murmúrios na noite.
o vento aguçado
corta a geometria das ruas
e castiga a violência da escuridão…

olho
e o meu olhar 
tem ainda as manhãs tímidas
que não vimos,
que não vivemos…

e se eu te falasse dos amores de verão!?

lá fora, uma luz pequena mostra-me o mar.
imenso.

escrevo palavras náufragas
e devoro-te os beijos
com que brindámos à liberdade




quinta-feira, 14 de março de 2024

enrolo-me na luz macilenta da manhã.
o silêncio paira no ar e a pele...
a pele ainda arde



sexta-feira, 8 de março de 2024

a palavra invade a sombra
e todo eu sou um cântico negro…


caminho na rua comprida
gritando respirares
que a voz cala
com um sorriso vazio.

refugio-me no interior do dia…
ontem,
hoje,
paro o tempo na pele
e o olhar nas tuas pupilas…


dispo o calor
que vive na ponta dos dedos
e escrevo a frio sobre a tua ausência


 a todas as mulheres

sexta-feira, 1 de março de 2024