segunda-feira, 23 de maio de 2022

 

e a náusea é um grito lançado na penumbra dos dias. olho os espelhos trazidos pelas marés que invadem o cais de tanto descontentamento.
há olhares a confiscar o horizonte. não veem.
pela cidade passeia gente que traz nas mãos o medo da morte e nos lábios o desejo de amar depressa…cada um acrescentou-se ao mundo. andam em roda e perderam a memória do espaço comum.

e se amanhã chover, irei escorregar pelo dorso das ruas até o anoitecer me amparar.





sábado, 14 de maio de 2022

são dias frágeis...

olho de soslaio as horas... é ainda demasiada madrugada, o sono tinha ficado longe, perdido numa ausência feita dia.
os filmes da pantalha televisiva roçam a mediocridade...
as notícias lançam anátemas sobre cada um de nós com guerras feitas à medida de loucos comandados à distância.
na ausência salvam-se as palavras espalhadas pelas páginas do nosso contentamento, páginas que nos abrigam, cuidam...
páginas que nos dão colo 
faz-me falta encontrar a presença.
sentir o sentir.

são dias frágeis