quando o país ardia e os aviões eram dispensáveis
a cinza cobre-nos os dias e as noites. o fogo percorre-nos interiormente e a dor é uma palavra feita revolta…
preciso habituar-me ao som das palavras que deixo espalhadas pela madrugada
vamos estar onde as palavras são só nossas
abro as portas da noite. a nossa nudez brilha no escuro… é a celebração sem pertenças um tu. um eu. dois simplesmente.
amanhã haverá sombras, urgência nas sílabas e esquinas da vida
hoje quero apenas entrar na estação e perder todos os comboios que passem fora do seu horário
quedo-me no fim de semana sem relógio, sem correrias, sem pressas…