lá fora sopra a voz do vento…
as folhas dançam um bailado de cores acastanhadas.
vai longo o outono…
aproveito as memórias
quedo-me no silêncio.
respiro.
há sonhos a desaparecerem-me dos dias.
sexta-feira, 28 de novembro de 2025
ontem escrevi-te um poema e tu não viste…
recordo-te!
convido a noite para a minha cama. é a tua ausência…
podia esperar a invisibilidade do corpo e talvez um dia nos tivesse bastado para tu, nua nos meus braços, escolheres palavras onde escondas o silêncio dos lábios.
perco-me no teu retrato…
quinta-feira, 27 de novembro de 2025
espero a noite.
a língua tem o sabor a cereja e caminha por montes e vales no corpo quente e cansado do dia…
visto-te os lábios de poesia e o meu sentir voa em liberdade na magia da madrugada
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
sinto
a pele arrepiada. o frio ataca-nos. a folhagem espalha-se pelo chão. os dias emudecem
cedo. a negritude da noite atira-nos para dentro das quatro paredes a que
chamamos casa.
e sim é mesmo outono...
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
descanso o meu cansaço no teu regaço. choro o silêncio do vento, adormeço…
viajo na memória. o mundo permanece em mim. encontro-me.
sinto os teus dedos, rasgo a preguiça e fico no olhar para ti…
há poemas que escondem a distância.
domingo, 23 de novembro de 2025
sopro-te palavras sem nexo. era tarde, chovia...
e tudo o resto está para acontecer.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
quanto
dura um dia feito de madrugadas?
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
e eu ficava
a olhar-te por entre os raios trémulos de todas as manhãs…
(somente esta música podia acompanhar este texto)
(partiste demasiado cedo)
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
tenho aqui um poema
engasgado nas mãos...
terça-feira, 18 de novembro de 2025
gosto do teu colo e da tua pele coberta de madrugadas
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
o silêncio traz o vento salgado, o olhar e a neblina que esconde a poesia que escrevi no teu corpo…
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
há rostos apontados à minha sombra e manhãs inquietas no meu olhar.
a memória caminha lenta…
penso-te
e o azul cai no fim de todas as tardes.
o céu poente traz poemas escritos no silêncio do crepúsculo…
quarta-feira, 12 de novembro de 2025
mãos que seguram coisa nenhuma, lábios ressequidos cheios de palavras que invento.
noite. há silêncios pendurados na madrugada.
segunda-feira, 10 de novembro de 2025
chegaste agora que a morte me nasce na garganta…
sigo o rasto do teu corpo.
pesam-me as palavras ditas nas sombras do destino e que trazem o som do silêncio da pele…
percorro as margens da tua nudez. resisto-me.
é tão larga a morte…
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
poiso-te o olhar.
por entre os dedos
escorrem-me as palavras cheias de passado
que escrevi em papel amarelecido pelo esquecimento…
amanhã,
vestido de cinzas, vou procurar lugares vazios onde os dias se apagam.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
estremeço. há rugas escritas na pele. palavras.
é outono…
e tenho metáforas perdidas
no silêncio da chuva.
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
caminho à beira do nada.
o mar solene chama o silêncio…
procuro na rua a profundeza da palavra entre a poesia barata dos salões e das pracetas.
esta é a noite das insónias… perco-me nas avenidas. tenho medo.
escondo o corpo entorpecido pelas lágrimas à espera dos meus sonhos.
quero partir em todos os amanhãs
domingo, 2 de novembro de 2025
o tempo conquista-se porque dura só um instante...