quinta-feira, 3 de outubro de 2024

 juntar palavras e acrescentar - ou não - uma imagem


                                                quanto mede a distância de um olhar?
                                                        talvez um poema de amor...






as palavras depois de ditas
quedam-se no silêncio







segunda-feira, 30 de setembro de 2024

e porque há dias assim, dias em que a escrita se lança nos dedos e nos rouba o olhar, dois amontoados de palavras, talvez textos, talvez poemas ou simplesmente pretensiosismo do escrevinhador...



é sereno o tempo das miragens…

o fascínio do olhar doce,
da paisagem para além do rio,
perfuma as sílabas
dos teus gestos…

o crepúsculo
dá-me desenhos de ti,
das avencas
e das giestas
com que esperas os beijos deste outono…

e se o tempo fosse somente uma vez por acaso!







desenho-te madrugadas no olhar cansado…

leio as palavras impossíveis
que escondeste no silêncio
das avenidas anoitecidas…

sílaba a sílaba
percorro a vertigem da insónia.
amanheces-me…

o teu corpo é poema que trago na memória





segunda-feira, 23 de setembro de 2024



permaneço onde a luz é feita de poesia

viajo pelas memórias transpiradas
enquanto vivo a tua ausência...

preciso procurar o teu encontro
e dizer-te...
 
ficava sempre dentro de ti.






segunda-feira, 9 de setembro de 2024


esperei-te…

caminho comigo.
o vento
traz-me a resposta nas folhas…

seguro a mão dos meus pensamentos
e adormeço a olhar os meus olhos sós



sábado, 24 de agosto de 2024

sexta-feira, 23 de agosto de 2024



nestes últimos dias perdi-me das palavras
e vagueei pelas montanhas queimadas
pela vertigem dos dias.

organizei tudo no meu corpo
debaixo do silêncio…

na penumbra descubro a pele.

o peito aberto
é um lugar de sombra
cercado de ausência. 

é manhã
e eu desço da noite e dos seus sonhos



quarta-feira, 21 de agosto de 2024

 

o café está aberto . entro . à minha volta móveis acorrentados ao pensamento dos que antes de mim tiveram a mesma atitude, entraram . entre a porta e o balcão serpenteia um caminho de luz que a janela suja oferece . todos olharam, mas ninguém me viu entrar …
o espelho diz que é sábado.
pergunto-me porque entrei mas a resposta fica esbatida num café.
concluo apenas que o que não nos mata, torna-nos moribundos.