quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

 

na hora imprecisa
escutam-se silêncios
da vida erótica da cidade
e há sorrisos dos deuses
perdidos em cada rua…

pedem-me um poema
e eu escrevo-o no orvalho
que cobre a manhã




quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

 

peguei na pena
e fiz poesia
no teu seio alvo.

há dias
em que a terra me aconchega
e eu sou dono do vento que vem do norte…




terça-feira, 9 de dezembro de 2025

 

sinto próxima a chuva.
há um cheiro a terra que se espalha
dizendo fim ao Verão.

saudades da Primavera
e do silêncio das flores…

fazem-me falta os dias
em que as mãos se encontram
e amam.

fazem-me falta os dias
em que a poesia se passeia nos olhares
e os poetas são felizes
escrevendo sobre o amor.

escuto o som das horas.
meio-dia.
há sol espalhado pelas searas.





segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

o perfume brota da pele
cola-se,
veste-se de abraço,
sem pressa…

dobra-se o tempo
e há um oceano para ser navegado…





domingo, 7 de dezembro de 2025

a luz pousa
nos olhares da noite
e as palavras sentam-se
na espera da madrugada...

há sentires
que nos ocupam os dias




sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

 

é no amanhecer que roubo
o ruído do orvalho
e o cheiro a terra molhada.

olho o horizonte
e saboreio as estrelas
que encobrem o vento
onde escondi o poema…

é manhã
e eu continuo vivo da noite



quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

escrevo silêncios sem nome
nos poemas feitos incertezas
que leio nas madrugadas pintadas de lusco-fusco.

sento-me no traço curvilíneo do ocaso
e espero o apelo da manhã…

há uma solidão que me veste
de horizontes sem lugar.