sábado, 20 de dezembro de 2025

 

coração cheio dentro
do peito
caminho na cidade
profanando a memória.

queria saber de
mim
e da solidão que era nossa.

mas o esquecimento são
lembranças perdidas
nos dias longos.

a tua pele beija-me…

falta demasiado tempo
para amanhã.




sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

 

cai a noite
no teu corpo perdido nas luzes da cidade.

desarrumo as horas
dos relógios parados
e espero a madrugada
em silêncio…

com palavras roubadas na folhagem
rabisco o poema no teu corpo de seda matinal




quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

com as mãos nuas
lavro o teu corpo...

amanhece.

há olhares
cúmplices
no escuro das palavras.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

na luz tépida olho os gestos
entre a pele e a voz.

contorno-te no interior das palavras
e em cada linha caminho apressado
por entre as luzes escondidas.
conto os passos.
o sonho tem silêncios repetidos
e sílabas perdidas na memória…

as sombras encobrem os corpos.
caem as fronteiras
e há suores perdidos

na simplicidade dos quereres 




sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

 

ergo o corpo.
o quarto cheira a terra molhada…

o olhar ainda arregalado
fala de tantos sonhos

ou tão poucos…

preciso regressar aos teus braços,
abraços
e dizer-te baixinho
que te escrevi um poema
numa gota de chuva da noite passada.

depois…
depois galgo a janela e voo com o Sol.




quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

 

na hora imprecisa
escutam-se silêncios
da vida erótica da cidade
e há sorrisos dos deuses
perdidos em cada rua…

pedem-me um poema
e eu escrevo-o no orvalho
que cobre a manhã




quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

 

peguei na pena
e fiz poesia
no teu seio alvo.

há dias
em que a terra me aconchega
e eu sou dono do vento que vem do norte…