sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

 

é no amanhecer que roubo
o ruído do orvalho
e o cheiro a terra molhada.

olho o horizonte
e saboreio as estrelas
que encobrem o vento
onde escondi o poema…

é manhã
e eu continuo vivo da noite



quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

escrevo silêncios sem nome
nos poemas feitos incertezas
que leio nas madrugadas pintadas de lusco-fusco.

sento-me no traço curvilíneo do ocaso
e espero o apelo da manhã…

há uma solidão que me veste
de horizontes sem lugar.




quarta-feira, 3 de dezembro de 2025


lentamente o olhar parte…

meu é só o mar.
apenas.
e o lugar onde anoiteces
e o abraço fica
às vezes.
sempre.

tudo o resto está por acontecer.
sinto-o na carne
quase sempre…
saudades.
sim.

sento-me na soleira dos espaços.
sinto falta da profundidade do teu olhar...




sábado, 29 de novembro de 2025

lá fora sopra a voz do vento…
as folhas dançam um bailado de cores acastanhadas.
vai longo o outono…

 aproveito as memórias

quedo-me no silêncio.
respiro.

há sonhos a desaparecerem-me dos dias.




sexta-feira, 28 de novembro de 2025

ontem escrevi-te um poema
e tu não viste…

recordo-te!

convido a noite para a minha cama.
é a tua ausência…

podia esperar a invisibilidade do corpo
e talvez um dia nos tivesse bastado
para tu,
nua nos meus braços,
escolheres palavras
onde escondas o silêncio dos lábios.

perco-me no teu retrato…






quinta-feira, 27 de novembro de 2025

espero a noite.

a língua tem o sabor a cereja
e caminha
por montes e vales
no corpo quente
e cansado do dia…

visto-te os lábios de poesia
e o meu sentir
voa em liberdade
na magia da madrugada



quarta-feira, 26 de novembro de 2025

sinto a pele arrepiada. o frio ataca-nos.
a folhagem espalha-se pelo chão.
os dias emudecem cedo.
a negritude da noite atira-nos para dentro das quatro paredes a que chamamos casa.

e sim é mesmo outono...