quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

 

na hora imprecisa
escutam-se silêncios
da vida erótica da cidade
e há sorrisos dos deuses
perdidos em cada rua…

pedem-me um poema
e eu escrevo-o no orvalho
que cobre a manhã




2 comentários:

  1. Este poema apresenta um ritmo cristalino, marcado por imagens que entrelaçam o urbano, o erótico e o efémero. A “hora imprecisa” sugere uma passagem de tempo ambígua, enquanto “silêncios da vida erótica da cidade” introduz uma dimensão sensorial e íntima que contrasta com a visibilidade das “ruas” onde “sorrisos dos deuses” parecem perdidos, elevando o quotidiano a um patamar quase mítico.
    A sequência de ideias flui pela justaposição: silêncio urbano, erotismo, deuses que sorriem nos cantos da cidade. Essa combinação confere ao poema uma musicalidade suave, quase kafkiana na sua lembrança do divino a espreitar no comum.

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