dou comigo a pensar sobre o acto de escrever…
importa escrever? e o quê? olho a folha em branco e espero que duas frases
caiam nela por mero acaso, assim quando chegasses tinha algo novo para te ler
[dizer] já que andamos tão parcos em palavras.
mas nem as palavras caem nem tu chegas.
há um silêncio devastador, ruidoso até, que me exaspera…
lá fora a chilreada dos pássaros guarda a entrada da noite.
continuas sem chegar e eu sem ter inspiração.
o cão ocupou o sofá e a televisão debita notícias tristes, alegres, tristes…
num carrocel de palavras descontinuadas.
os carros continuam a passar na rua sem parar, sinal que não és tu…
caiu a primeira palavra em azul no papel branco: hoje
pego no telefone.
preciso de saber se vais chegar
cobardemente pouso-o no mesmo local sem ligar.
sento-me no sofá, incomodando o cão que tinha chegado primeiro. fecho os olhos…
continuas a faltar tu.
Gostei muito deste texto poético, ao qual intitularia: "Retalhos da vida de um escritor que pensa estar desinspirado">/>.
ResponderEliminarAcha demasiado longo? E que tal: "Vem, Inspiração Minha!".
Também não?
E..."Retalhos da Vida de um Homem". Não?
Pronto, fica "Só", como António Nobre. :)
Bom domingo, Zaratustra!
Qualquer dos títulos sugeridos tinha lugar neste pequeno arremedo de prosa poética, mas como habitual, fica sem título...
ResponderEliminarquanto à Janita fica com a minha gratidão pela leitura habitual das coisas que vou deixando por aqui
É com todo o gosto que passo e leio os seus belos textos.
EliminarEmbora comente nem sempre como eles merecem, agradeço as suas simpáticas palavras de apreço. 🙏
Bom feriado.