tenho saudades da Casa Azul. saudades do sol a entrar pelas
janelas, muito cedo, e a espalhar-se pelo chão de madeira cor de mel e pelos
mosaicos vermelhos que revestiam o chão da cozinha. ainda era a hora do
silêncio, da quietude, do sabor a uma leve neblina que já levantara…
tenho saudades das árvores que se espalhavam pelos três socalcos que compunham
o quintal. a figueira, as laranjeiras os pessegueiros, a nespereira carregada
de antiguidade… e a parreira de moscatel de Amsterdão a mexerem com o vento.
tenho saudades de tomar banho de mangueira no terraço e de apanhar as uvas da
janela do meu quarto.
tenho saudades do entardecer e de cada um dos recantos da casa.
mas do que tenho mais saudade é do calor humano que brotava daquelas paredes
carregadas de uma história ímpar dividida por várias gerações.
ainda bem que há saudades que não se perdem.
Gostava que esta casa fosse minha. pelas imagens, pela descrição e pela poesia que encerra em tudo o que não dizes.
ResponderEliminarBeijos
Dunas Arielos