domingo, 6 de março de 2016

faltava pouco para o sol cair...
o verde perderia a cor e o vermelho das papoilas correria como sangue da planície.
ali estávamos, no silêncio de olhares imperfeitos mas cheios de palavras.
amava-a?
claro que sim!
queria tanto inventar uma carícia que prendesse a tarde, que afastasse a chegada da noite.
o rosto, suave, ficava tão bem com a cor da tarde, com a cor do final de tarde.
faltava um beijo, um beijo que unisse as duas bocas... um beijo que selasse a palavra amo-te. 
faltava a pele fundida noutra pele.
faltava fazer amor, tocar em carne pulsante.

faltava prender a tarde.


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